domingo, 11 de novembro de 2012

Os arroubos da adolescência



Todos nós nascemos com o coração puro, isso é; sem ódio, sem mágoa, sem maldade, porque o que a mente não lembra o coração não sente, tudo graças a misericórdia de Deus que nos brinda com o esquecimento do que fizemos e o que fomos em outras vidas, sendo assim em cada renascer zeramos nossas faltas, pelo menos até estarmos encarnados! Assim não perdemos tempo nos vangloriando dos nossos feitos, nem lamentando as nossas falhas.
Portanto, no início de nossas vidas as pessoas a nossa volta, pai, mãe, avós, passam a serem os nossos espelhos, porém ao chegarmos à adolescência vamos adquirindo a nossa própria identidade, daí começa os questionamentos e em muitos a revolta. O jovem acha que tudo pode, que tudo sabe! Esse, se achando soberano começa a olhar a sua volta com olhares críticos, os pais e os avôs, que antes eram seus heróis agora passam a serem vistos como antiquados, com ideias ultrapassadas.
Então, esse jovem que até há pouco tempo era um ser inocente começa dar seus primeiro passos em busca do seu próprio eu, lutando para conquistar o seu espaço, antes tão tenra criança era levado pelas mãos de seus pais, esse agora jovenzinho, solto no mundo pronto para conduzir e comandar seu próprio destino enfrentando seus medos de peito aberto, então esse ser no auge de sua juventude se sente poderoso, destemido. Esse não é mais inocente, descobre que a vida é feita de erros e acertos, porém o que esse ser nem desconfia sentindo seus hormônios em ebulição, que para vencer como pessoa é preciso lutar primeiro contra um mal que se esconde dentro de si mesmo, que é a arrogância, a prepotência, o egoísmo e até mesmo a ingratidão, por descartar as pessoas que muito fizeram por sua formação. Esses sentimentos negativos impulsa o jovenzinho firmando a sua personalidade, o que ele pensa ser um destemido, na verdade está em via de ser um fracassado se avançar por esse caminho ignorando os conselhos e conceitos recebidos por seus pais, no entanto esse ser se acha muito esperto e decide tomar um atalho para chegar mais rápido ao sucesso atropelando tudo e todos que atravesse o seu caminho sem se importar com ética ou honra, apenas com a garra de ser um vencedor mesmo que isso o  transforme em uma fera, em um monstro com o perigo de se estalar, criar raiz em sua alma.
Esse é um dos caminhos que um jovem arrogante, audacioso, em nome da sobrevivência passa a se embrenhar. Porém, o tempo voa e em um determinado tempo de sua vida o jovem de antes se surpreende em um corpo de um homem de meia idade, cansado de guerrear pela sobrevivência começa a olhar a vida de uma forma diferente, a tormenta que antes tomava o jovem se acalma, é branda, com tempo de refletir em seus feitos esse ser volta o olhar no passado fazendo uma análise dos seus passos pesando os seus erros e acertos. Esse ser diante do espelho da vida recua assustado, ciente que o período que lhe resta de vida se escoa entre seus dedos. Lançando um olhar mais demorado em seu corpo físico já não se reconhece, cansado, cabelos brancos, vistas turvas, memória falha, o ser tristemente continua com o exame minucioso vasculhando os erros cometidos que dormita nos escombros da mente, amargurado olhando no fundo de seus olhos, se pergunta: O que fiz da minha vida? Então o homem velho ainda com o olhar no passado sorri, lembrando do tempo da juventude, era forte, invencível, com um futuro amplo a desbravar, tinha tudo pra dar certo, porém aos arroubos da juventude se corrompeu embriagado de arrogância e intolerância, ficou surdo aos conselhos das pessoas que mais lhe queriam bem e o ser encabrunhado se torna a perguntar: o que eu fiz da minha vida?
 E assim, esse ser envelhecido gasta seus últimos anos a relembrar passo a passo o caminho percorrido, em seu íntimo já não tem mais aquela euforia de antes, sente as forças vital lhe faltar, em seu coração carrega uma sensação de perdas de impotência, ao fixar o olhar marejado de lágrimas ao longo do horizonte esse vagueia com a incerteza de vir conhecer o amanhã, enfim esse ser tristemente contata que nada sabe, que na verdade ninguém é melhor que ninguém, por fim termina se reconhecendo um perdedor por conta de sua insensatez perante o jogo da vida!
Muitas vezes quando achamos que perdemos, ganhamos. Se tratando de vida, se ganha em experiência!
 


                        Dilma Lourenço Moreira

Um comentário:

  1. Olá querida, boa tarde! Tudo bem com você ? Espero que sim!
    Para cada existência trazemos nossa bagagem espiritual que conquistamos ao longo da eternidade.
    Trazemos também nossos créditos e débitos; as nossas virtudes e defeitos imprimidas em nosso ser, algumas em nosso subconsciente e que, a medida em que vamos nos desenvolvendo, vão se desabrochando e revelando o que de fato somos.
    É muito triste observarmos o exemplo de uma pessoa, como a idéia, que nos arremete esse belíssimo artigo ; uma pessoa frustrada e sem esperanças do porvir que viveu sua vida inteira, mergulhada nas ilusões do orgulho , da vaidade e a arrogância , anulando qualquer possibilidade de aprendizado e a conquista de uma consciência lúcida, proporcionando lhe alegria , bem estar e esperança na vida.
    Infelizmente muitas pessoas terminam assim, sem esperanças ,frustradas , carregando muitas dores e sofrimentos atraídos por elas mesmas, pois somos os responsáveis pelo nosso próprio destino mediante o livre arbítrio.
    A vida possui o seu fluxo normal e imutável e, quando entramos na contramão desse fluxo , a dor e o sofrimento é uma consequência natural e merecida , nos sobrevém para arrebentar com nossas ilusões, com a finalidade de nos levar para o caminho da paz e harmonia restabelecendo o nosso equilíbrio interior, pois esse é o objetivo da vida , pois a vida não joga para perder! Um Abraço, Luciano!

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