Maria é a segunda filha de seis filhos do senhor Roberto e dona
Clarice. Boa filha, moça estudiosa e trabalhadeira. Ainda criança dizia que não
queria se casar porque ia ficar em casa para cuidar dos seus pais, dizia isso
com certa convicção como se estivesse prevendo o futuro. Essa, ainda
adolescente viu sua mãe cair de cama por conta de uma doença incurável, Maria,
filha zelosa tomou uma decisão em sua vida, abandonou os estudos e o trabalho
pra se dedicar aos cuidados de sua frágil genitora. Essa exigia cada vez mais o
auxílio da boa Maria, que se redobrou em atenção e dedicação até o último
suspiro de sua mãezinha.
Maria até pensou que tinha chegado à hora de retomar com sua vida,
voltar a estudar e a trabalhar, porém agora o seu pai, viúvo, também necessitava
de sua atenção. Maria não podia deixar à casa a deriva, mesmo porque agora quem
não andava bem de saúde era o senhor Roberto, nessa altura a maioria dos irmãos
já tinham se casado.
Passou-se mais algum tempo e os demais irmãos também foram
deixando a casa pra construir a suas próprias famílias, exceto Maria. Agora era
a vez do senhor Roberto que também inspirava cuidados com a saúde, sempre
adoentado, exigindo sempre os cuidados de Maria. O tempo passou, o pai de Maria
se recuperou do mal que lhe afligia e sentiu a necessidade de se casar
novamente, até que certo dia o pai chamou a filha Maria para uma conversa, essa
já contava com a idade de seus 45 anos e pediu que ela fosse cuidar da própria
vida, porque ele tinha arranjado uma boa moça e ia se casar em breve.
Maria ficou sem chão, tinha vivido todo aquele tempo em função do
pai e agora estava sendo descartada feito lixo e ainda queria que ela fosse
embora e deixasse a casa pra ele e a nova mulher, tinha sido essa condição que
a madrasta tinha exigido pra depois do casório, no entanto os irmãos saíram em
defesa de Maria, pedindo que o pai fosse viver sua vida em outro lugar, para
não desamparar a pobre Maria. O velho pai acatou a decisão, pegou sua malinha e
foi viver longe de Maria. Essa, de início ficou um bom tempo deprimida, com a
idade avançada não conseguia arranjar emprego. Maria passou a depender da ajuda
dos irmãos para manter a casa e o seu sustento.
Maria que sempre foi uma mulher guerreira, aos poucos foi
retomando o rumo de sua vida, participou de um concurso público e foi nomeada.
Hoje, o que ganha na prefeitura garante o seu sustento e custear os gasto da
casa, no entanto a vida dá muitas voltas e em certo dia chuvoso eis que surge o
senhor Roberto na porta, de volta com sua malinha na mão. O casamento com sua
nova mulher não deu certo e o pior, muito doente. Esse tinha sofrido um AVC,
estava de cadeira de rodas precisando dos cuidados de Maria, essa acolheu o
pai, afinal aquela era a sua casa, apesar de que agora Maria não dispunha de tempo
para cuidar do seu pai doente, mesmo porque ela ainda estava muito magoada com
a sua ingratidão. Seus irmãos sugeriram que levasse ele para um asilo, sozinho
em casa ele não tinha condições de ficar, uma vez que não tinham como pagar uma
enfermeira.
Maria, como uma boa filha que sempre foi, mais uma vez fez o
sacrifício, abandonou o emprego para cuidar do pai, mesmo sabendo que na sua
idade dificilmente teria outra oportunidade de trabalho como aquele que
exercia.
E por anos Maria viveu essa vida cuidando do seu velho pai
inválido, mas não se queixava, dizia ela quando alguém questionava o seu modo
de viver, afinal estou apenas cumprindo com a minha obrigação de filha.
Quando o pai faleceu, Maria, agora uma senhora idosa, não tinha
nada de seu, viveu apenas para cuidar dos seus entes queridos, mas o importante
era que sentia o seu coração transbordar de alegria, por jamais ter deixado de
cumprir a missão que abraçou em sua vida.
Dilma Lourenço Moreira
Oi Dilma adorei o blog, mas não consegui seguir, não abriu Sigam me os Bons.
ResponderExcluirParabéns belos livros.
Abraços
Madalena
Quando estava lendo pensei essa e a minha historia!
ResponderExcluirAs passoas tem que ser util!
Mais ai comecei a ter raiva da maria!
E ela e muito egosista!
Se ela tivesse agido so um poquinho diferente os outros teriam cido mais participantes, e tudo teria cido diferente.
Mais o importante não e a soma e sim o total.
ResponderExcluirLindo final.
Muito obrigada pelo ensinamento.
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Quando o pai faleceu, Maria, agora uma senhora idosa, não tinha nada de seu, viveu apenas para cuidar dos seus entes queridos, mas o importante era que sentia o seu coração transbordar de alegria, por jamais ter deixado de cumprir a missão que abraçou em sua vida.
Dilma Lourenço Moreira