Conta
à lenda uma antiga história, que certa vez o vento se apaixonou por uma nuvem, porém
esse vento era muito afoito, não sabia a força que tinha e quando tentava se
aproximar da frágil nuvenzinha jogava a quilômetros de distância, triste o
vento foi se aconselhar com a lua.
A
lua toda orgulhosa ficou lisonjeada por apadrinhar aquele romance, sendo assim
a primeira providência era fazer com que o casal se encontrasse, então a lua
aconselha o vento que se ele quiser realmente conquistar a pequena nuvem tinha
que diminuir muito a sua velocidade.
__
Como assim dona lua, eu vou perder a minha força?
__
No amor caro vento, não tem essa de mais forte ou mais fraco, afinal você quer
ou não quer conquistar a nuvenzinha?
__
Sim! É tudo que mais desejo, me encantei por ela desde o dia que a vi, pena que
seja frágil, muito leve, só um assovio meu ela foge pra bem longe de mim, no
entanto dona lua eu tive uma ideia, e se eu usasse uma corda como nesses filmes
de cowboy, jogo o laço e prendo a nuvenzinha, ao menos dessa forma a mantenho junto
dos meus braços.
__
Não sei se essa seria uma boa ideia, ninguém gosta de estar preso a força mesmo
que seja por amor!
__
Há, então me diga dona lua, o que faço, já estou ficando desesperado!
__
É! Eu estou notando, com toda essa ansiedade o que vai conseguir é causar um tufão,
vai por mim vento teimoso, se acalma, respira fundo e vá se aproximando da
amada, de mansinho, sem muito alvoroço.
De
repente o vento começa a se agitar.
__
Dona lua, olha ela ali, olha ela ali! Ela não é linda?
__
Certo vento! É hora de por nosso plano em prática, continue calmo, imagine que você
é uma brisa.
__
Não vou conseguir, o meu coração está batendo acelerado.
__
Aguente firme vento! Ela está se aproximando, continue soprando de leve.
Porém
o vento afoito não consegue segurar a empolgação, terminando perdendo de vez o controle.
E,
VUUUU!!! Solta uma forte jorrada de ar e a nuvenzinha amada desaparece outra
vez da sua frente!
__
Eu não disse dona lua, o nosso amor é impossível! Lamenta o vento choroso.
__
Calma vento, vamos começar tudo outra vez! Diz a lua tentando passar
tranquilidade ao seu pupilo, falando pausadamente.
__
Dona lua, a senhora acha que esse romance tem futuro?
__
Se o amor que você diz sentir é verdadeiro, tenho certeza que vai fazer todo
tipo de sacrifício para ter a sua amada do seu lado.
__
Ainda acho aquela ideia da corda, boa! Resmunga o vento.
__
Não vai agora fraquejar vento, vamos fazer um treinamento. Você agora é uma
brisa, uma brisa bem suave!
__
Isso que está me matando, essa coisa de brisa suave é lá com meus primos do sul!
Eu sou um vento forte do oeste, rápido e forte, ninguém me detém.
__
Mas se quiser conquistar a sua amada vai ter que diminuir a sua velocidade.
__
E se ela não gostar de mim, achando que sou um fracote?
__
Quem não ficaria lisonjeado quando alguém muda o seu jeito de ser para
conquistar o ser amado.
__
Sendo assim, já que a senhora acha que pode dar certo, vamos tentar de novo,
isso é, desde que eu não tenha que fazer o tipo de vento fresco.
A
lua solta uma gostosa gargalhada.
__
Muito bem machão! Pelo menos não se pode negar que você não tenha bom humor, já
é alguma coisa em rumo da conquista.
O
vento desastrado então aceita mudar para conquistar sua amada, decidido ao lado
da lua sai a procura da nuvenzinha, não demora muito eis que o vento se depara
com a nuvem, se aquecendo no calor da luz do sol e pelo olhar de admiração da
pequena nuvenzinha pelo rei sol, já dizia tudo.
A
lua olha meio sem graça para o vento.
__
Eu sinto muito, eu acho que o coração da sua amada já pertence a outro!
__
É, pelo visto cheguei tarde demais! Comenta o vento, entristecido.
__
Não se preocupe vento, você não é o único que deixa escapar um amor entre os dedos,
por se recusar de pronto a mudar o seu jeito de ser em prol da conquista do ser
amado, sinto te dizer compadre, a fila anda.
E
o vento comenta com desdém.
__
É! A fila anda, mas também o amor desses dois não tem muito futuro.
__
Nada a ver, vento! Olha o jeito deles? Ela, toda mimosa se aconchegando em seus
raios, esse, soberano como é mantém seus raios bem fraquinhos para não derreter
a nuvenzinha, dessa forma o rei sol faz perdurar o romance que nasceu entre os dois,
pois no amor não se conta o tempo e sim a profundidade e a qualidade do sentimento!
Dilma Lourenço Moreira
Tem horas que é preciso se acalmar na força das coisas,se não a gente deixa de conquistar não só o amor,mas também um emprego ou um amigo...belo texto!!!
ResponderExcluirbjs
Muito lindo! texto que me fez pensar e me deixar mais feliz.
ResponderExcluirBjs
janeisa
www.brasildobem.net