segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O menino do espaço




Alerkim é o menino que caiu do espaço.

Lembra que neste dia estava passeando nos jardins do palácio na companhia de seu pai e de sua mãe, quando esses foram atacados e feridos por bandidos.

Em seguida, o menino foi levado pelos agressores para dentro de uma espaçonave.  Esses fugiram em alta velocidade levando o príncipe junto com eles, sem serem vistos pelos guardas do rei.

Os invasores do palácio depois de terem seqüestrado o garoto vagaram um bom tempo no espaço, esses estavam muito nervosos discutindo entre si, decidindo o que iam fazer com a criança.

Passou-se mais um tempo com os dois bandidos se engalfinhando, até que um deles se aproximou do príncipe, com cara de mal  e sem dar tempo pra que ele reagisse  jogou o corpo do pobre garoto no meio do espaço, abandonando-o a própria sorte.

O menino tinha a idade de cinco anos, das crianças aqui da terra. Alerkim se despencou do espaço indo parar em umas montanhas nesse planeta chamado terra e ali mesmo no alto das colinas o menino se instalou.

Achou por bem não ir muito longe, na esperança que seus pais fossem lhe buscar. Abrigou-se nas cavernas, se alimentava de frutos silvestres.

Algumas pessoas já viram esse menino andando sozinho pelas montanhas, alguns dizem que ele tem a aparência de um monstro, outros dizem que parece um anjo, mas ninguém tem coragem de se aproximar do menino, por ele ser diferente.

E assim, Alerkim vive solitário pelas montanhas, com a esperança que seus pais um dia o encontrem. Até lá, ele fica horas olhando para o espaço, passa seus dias juntando lenhas e gravetos e todas as noite acende uma grande fogueira, não apenas para afastar insetos e animais ferozes que ficavam rondando a sua volta, mas na esperança que seus pais o enxergassem lá do espaço, só que Alerkim ainda muito pequeno não imaginava que acendendo a fogueira estava chamando a atenção de mais alguém.
Eram eles os inimigos do seu pai, que estavam à espreita com olhos de rapinas a lhe caçar pelo espaço. Por culpa deles que o menino estava perdido há algum tempo em um lugar, que ouviu falar ser um planeta chamado terra, porém um dia Alerkim se superou com a saudade batendo forte em seu peito, juntou uma montanha de madeiras e gravetos fazendo uma fogueira gigantesca, a maior de todas, tanto que quando o menino pôs fogo na madeira utilizando sua arminha espacial, iluminou a distância de quilômetros chamando a atenção de alguém no espaço, pena que não foi dos pais de Alerkim.
E bem rápido na velocidade da luz, o menino do espaço vê se aproximar seres iguais a ele, esse feliz da vida abre os bracinhos pensando se tratar de amigos.

__ Sejam bem vindo, caros irmãos! Há muito tempo que estou perdido nesse planeta e só agora consegui contato.

__ Quem é você? Pergunta um dos extraterrestres, mal humorado olhando o menino, desconfiado.

__ Meu nome é Alerkim! Será que dá pra vocês me levarem para casa?

__ E o que você está fazendo sozinho neste planeta?

O menino conta a história de que algum tempo atrás sua família tinha sofrido um ataque por marginais, em seguida o seqüestraram e depois o jogaram para fora da espaçonave.

Alerkim estava tão feliz que não percebeu que os seres se comunicavam entre si, enquanto contava sua história.

Logo o menino foi convidado a entrar na espaçonave, o que foi atendido alegremente, achando se tratar de amigos loucos de saudades de casa. Não pensou duas vezes, crente que estava sendo levado de volta para sua família, porém já dentro da espaçonave, Alerkim tem uma surpresa, depois de ouvir uma conversa entre os dois seres extraterrestre.

__ Você não fez o serviço bem feito, o filho do rei ainda está vivo!

__ O que isso importa agora, chefe! O rei e a rainha estão mortos! Agora o senhor que é o rei, o que um garoto pode fazer contra nós?

__ Mesmo assim, desta vez eu quero que o mate! Determina o ser, bastante nervoso.

Assim que a espaçonave pousa, uma das criaturas sai em busca do menino, procurando-o por toda parte da aeronave, constatando que esse tinha desaparecido.

__ Chefe! Chefe, o menino se foi!

__ Impossível, seu imprestável! Procura direito!

__ Sério chefe, na espaçonave ele não está! Deve ter pulado!

__ Melhor assim, espero que desta vez tenha morrido!

Enquanto isso, os olhos de Alerkim estavam cheios de lágrimas, emocionado por estar de volta em seu planeta. Apesar da tristeza de saber que os seus pais estavam mortos, esperou um tempo até que os dois bandidos se afastassem e saiu do seu esconderijo.

Em meio ao desespero descobriu que podia se desmaterializar e ir para qualquer lugar, foi assim que conseguiu se esconder dos bandidos sem precisar sair da espaçonave, ainda assustado com seu poder lembrou que o seu pai tinha um grande amigo e saiu a sua procura.

Assim que se viu a sua frente, narra toda a história da traição que o rei fora acometido, no entanto descobre que esse também tinha se juntado com os inimigos do pai e Alerkim mais uma vez apela para o poder de se desmaterializar e fugiu, correu o máximo que pôde, quando na pressa dá um esbarrão em uma menina do povo, caindo cada um para um lado.

__ O que foi garoto, não olha por onde anda?

Alerkim estava assustado, com os nervos em frangalhos chora convulsivamente.

__ Você se machucou?

Mas o menino não parava de chorar.

__ Calma, também não é pra tanto! Quer que ajude você a chegar até a sua casa?

Depois de um tempo, mais calmo Alerkim torna a contar a sua história, para a menina do povo.

__ Você quer dizer que é o filho do rei que morreu?

__ Eu nem sabia que era filho de um rei! Digo isso, porque peguei uma conversa entre os seres que mataram os meus pais!

__ Vem comigo, tenho uma surpresa pra você! Disse a menina, puxando Alerkim pelo braço. Eu me chamo Kaleu, quanto tempo faz que aconteceu esse atentado, ao palácio?

__ Mais ou menos uns dois anos, eu era ainda bem pequeno!

Kaleu dá um sorrisinho maroto, olhando o menino, nos olhos.

__ Então, eu acho que você vai reconhecê-los!!!

De quem você está falando? Pergunta o menino, curioso.

A menina nada respondeu, continuou sorrindo. Parando de frente de uma moradia modesta, bateu levemente na porta e logo surgiram na porta uns rostos familiares.

__ Papai!!! Mamãe!!! Então, vocês não morreram?

__ Não, meu filho! Respondeu o rei, feliz abraçando o filho. A bondade de Deus nos auxiliou naquela hora, mas nunca perdemos a esperança de te encontrar, agora que você está aqui em segurança, tenho umas contas a acertar com um suposto rei.

__ Pai, deixa eu te ajudar, posso entrar no palácio sem ser visto pelos inimigos! Sabia que eu posso ficar invisível?

__ Eu sei, filho! Disse a rainha, orgulhosa. Esse é um dom de família, sabíamos que assim que conseguisse mais maturidade descobriria esse dom e nós te encontraríamos, agora estamos todos juntos, você é o elo que faltava para desmascarar o falso rei, acabou a força do mal, vamos voltar para casa!

O rei e a rainha, acompanhado do seu filho se despediram do povo do vilarejo que tinham os acolhido por todos aqueles anos. Os seus inimigos não podiam mais impedi-los de voltarem para o palácio.

O príncipe estava salvo, eles não tinham mais como chantageá-los, sendo assim o rei tomou posse do que era seu, por direito. Prendeu os seus inimigos nas masmorras e viveram felizes para sempre.  

       




                               Dilma Lourenço Moreira 

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