Alerkim é o menino que caiu do espaço.
Lembra que neste dia estava passeando nos
jardins do palácio na companhia de seu pai e de sua mãe, quando esses foram
atacados e feridos por bandidos.
Em seguida, o menino foi levado pelos
agressores para dentro de uma espaçonave. Esses fugiram em alta
velocidade levando o príncipe junto com eles, sem serem vistos pelos guardas do
rei.
Os invasores do palácio depois de terem
seqüestrado o garoto vagaram um bom tempo no espaço, esses estavam muito
nervosos discutindo entre si, decidindo o que iam fazer com a criança.
Passou-se mais um tempo com os dois bandidos
se engalfinhando, até que um deles se aproximou do príncipe, com cara de
mal e sem dar tempo pra que ele reagisse jogou o corpo do pobre
garoto no meio do espaço, abandonando-o a própria sorte.
O menino tinha a idade de cinco anos, das
crianças aqui da terra. Alerkim se despencou do espaço indo parar em umas
montanhas nesse planeta chamado terra e ali mesmo no alto das colinas o menino
se instalou.
Achou por bem não ir muito longe, na esperança
que seus pais fossem lhe buscar. Abrigou-se nas cavernas, se alimentava de
frutos silvestres.
Algumas pessoas já viram esse menino andando
sozinho pelas montanhas, alguns dizem que ele tem a aparência de um monstro,
outros dizem que parece um anjo, mas ninguém tem coragem de se aproximar do
menino, por ele ser diferente.
E assim, Alerkim vive solitário pelas
montanhas, com a esperança que seus pais um dia o encontrem. Até lá, ele fica
horas olhando para o espaço, passa seus dias juntando lenhas e gravetos e todas
as noite acende uma grande fogueira, não apenas para afastar insetos e animais
ferozes que ficavam rondando a sua volta, mas na esperança que seus pais o
enxergassem lá do espaço, só que Alerkim ainda muito pequeno não imaginava que
acendendo a fogueira estava chamando a atenção de mais alguém.
Eram eles os inimigos do seu pai, que estavam
à espreita com olhos de rapinas a lhe caçar pelo espaço. Por culpa deles que o
menino estava perdido há algum tempo em um lugar, que ouviu falar ser um
planeta chamado terra, porém um dia Alerkim se superou com a saudade batendo
forte em seu peito, juntou uma montanha de madeiras e gravetos fazendo uma
fogueira gigantesca, a maior de todas, tanto que quando o menino pôs fogo na
madeira utilizando sua arminha espacial, iluminou a distância de quilômetros
chamando a atenção de alguém no espaço, pena que não foi dos pais de Alerkim.
E bem rápido na velocidade da luz, o menino do
espaço vê se aproximar seres iguais a ele, esse feliz da vida abre os bracinhos
pensando se tratar de amigos.
__ Sejam bem vindo, caros irmãos! Há muito
tempo que estou perdido nesse planeta e só agora consegui contato.
__ Quem é você? Pergunta um dos
extraterrestres, mal humorado olhando o menino, desconfiado.
__ Meu nome é Alerkim! Será que dá pra vocês
me levarem para casa?
__ E o que você está fazendo sozinho neste
planeta?
O menino conta a história de que algum tempo
atrás sua família tinha sofrido um ataque por marginais, em seguida o
seqüestraram e depois o jogaram para fora da espaçonave.
Alerkim estava tão feliz que não percebeu que
os seres se comunicavam entre si, enquanto contava sua história.
Logo o menino foi convidado a entrar na espaçonave,
o que foi atendido alegremente, achando se tratar de amigos loucos de saudades
de casa. Não pensou duas vezes, crente que estava sendo levado de volta para
sua família, porém já dentro da espaçonave, Alerkim tem uma surpresa, depois de
ouvir uma conversa entre os dois seres extraterrestre.
__ Você não fez o serviço bem feito, o filho
do rei ainda está vivo!
__ O que isso importa agora, chefe! O rei e a
rainha estão mortos! Agora o senhor que é o rei, o que um garoto pode fazer
contra nós?
__ Mesmo assim, desta vez eu quero que o mate!
Determina o ser, bastante nervoso.
Assim que a espaçonave pousa, uma das
criaturas sai em busca do menino, procurando-o por toda parte da aeronave,
constatando que esse tinha desaparecido.
__ Chefe! Chefe, o menino se foi!
__ Impossível, seu imprestável! Procura
direito!
__ Sério chefe, na espaçonave ele não está!
Deve ter pulado!
__ Melhor assim, espero que desta vez tenha
morrido!
Enquanto isso, os olhos de Alerkim estavam
cheios de lágrimas, emocionado por estar de volta em seu planeta. Apesar da
tristeza de saber que os seus pais estavam mortos, esperou um tempo até que os
dois bandidos se afastassem e saiu do seu esconderijo.
Em meio ao desespero descobriu que podia se
desmaterializar e ir para qualquer lugar, foi assim que conseguiu se esconder
dos bandidos sem precisar sair da espaçonave, ainda assustado com seu poder
lembrou que o seu pai tinha um grande amigo e saiu a sua procura.
Assim que se viu a sua frente, narra toda a
história da traição que o rei fora acometido, no entanto descobre que esse
também tinha se juntado com os inimigos do pai e Alerkim mais uma vez apela
para o poder de se desmaterializar e fugiu, correu o máximo que pôde, quando na
pressa dá um esbarrão em uma menina do povo, caindo cada um para um lado.
__ O que foi garoto, não olha por onde anda?
Alerkim estava assustado, com os nervos em
frangalhos chora convulsivamente.
__ Você se machucou?
Mas o menino não parava de chorar.
__ Calma, também não é pra tanto! Quer que
ajude você a chegar até a sua casa?
Depois de um tempo, mais calmo Alerkim torna a
contar a sua história, para a menina do povo.
__ Você quer dizer que é o filho do rei que
morreu?
__ Eu nem sabia que era filho de um rei! Digo
isso, porque peguei uma conversa entre os seres que mataram os meus pais!
__ Vem comigo, tenho uma surpresa pra você!
Disse a menina, puxando Alerkim pelo braço. Eu me chamo Kaleu, quanto tempo faz
que aconteceu esse atentado, ao palácio?
__ Mais ou menos uns dois anos, eu era ainda
bem pequeno!
Kaleu dá um sorrisinho maroto, olhando o
menino, nos olhos.
__ Então, eu acho que você vai reconhecê-los!!!
De quem você está falando? Pergunta o menino,
curioso.
A menina nada respondeu, continuou sorrindo.
Parando de frente de uma moradia modesta, bateu levemente na porta e logo
surgiram na porta uns rostos familiares.
__ Papai!!! Mamãe!!! Então, vocês não morreram?
__ Não, meu filho! Respondeu o rei, feliz
abraçando o filho. A bondade de Deus nos auxiliou naquela hora, mas nunca
perdemos a esperança de te encontrar, agora que você está aqui em segurança,
tenho umas contas a acertar com um suposto rei.
__ Pai, deixa eu te ajudar, posso entrar no
palácio sem ser visto pelos inimigos! Sabia que eu posso ficar invisível?
__ Eu sei, filho! Disse a rainha, orgulhosa.
Esse é um dom de família, sabíamos que assim que conseguisse mais maturidade
descobriria esse dom e nós te encontraríamos, agora estamos todos juntos, você
é o elo que faltava para desmascarar o falso rei, acabou a força do mal, vamos
voltar para casa!
O rei e a rainha, acompanhado do seu filho se
despediram do povo do vilarejo que tinham os acolhido por todos aqueles anos.
Os seus inimigos não podiam mais impedi-los de voltarem para o palácio.
O príncipe estava salvo, eles não tinham mais
como chantageá-los, sendo assim o rei tomou posse do que era seu, por direito.
Prendeu os seus inimigos nas masmorras e viveram felizes para sempre.
Dilma Lourenço Moreira
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