sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Piquenique no zoológico






Era domingo e o dia estava bonito e ensolarado. Serginho e a sua família estavam a caminho do zoológico. Dona Iris, a mãe de Serginho preparou uma bonita cesta de piquenique. Era a primeira vez que o menino estava visitando o zoológico, ele só conhecia os animais através da TV ou dos livros com gravuras que ganhava do seu avô.

Há muito tempo que o senhor Aluísio e dona Iris prometiam pra Serginho esse passeio. Chegando ao zoológico dava gosto de ver os olhinhos de felicidade do garoto, em cada jaula era uma surpresa.

__ Mamãe! Quem cuida de todos esses animais? Quis saber o menino, com os olhinhos muito vivos olhando tudo com muita atenção a sua volta.

__ Tem muita gente trabalhando aqui, filho! Entre eles, zeladores, biólogos, tratadores e veterinários, que cuidam das saúdes dos animais.

__ Que legal! Quando eu crescer também quero trabalhar aqui! Parece que estou dentro do programa animal planet! O mundo dos animais é demais! Pai olha lá os leões, os tigres, as girafas, os leopardos! Olha os macacos pregos brincando de pique - esconde! Kkkkkkk! Pai! Posso levar um desses pra casa?  Eles são muito engraçados!

__ Claro que não, filho! Não temos condições de criar um animal como esses em casa, porque eles não são considerados animais domésticos. Veja, cada animal aqui tem um habitat diferente adequado para o seu modo de vida, esse cuidado é para que os bichinhos não sofram tanto com o impacto da mudança do seu habitat natural, evitando assim danos a sua saúde.

Serginho fazendo uma cara triste, pergunta:

__ Se não fizer assim, eles morrem, não é pai?

 O senhor Aluísio fazendo carinho na cabeça do filho, diz orgulhoso:

__ Esse é o meu garoto!

__ Pai! E se não der tempo de visitar todos os animais hoje?

É dona Iris quem responde, achando graça da ansiedade de Serginho.

__ Calma filho! Ainda temos muito tempo, ainda falta visitar os elefantes, os gorilas, os hipopótamos, os jacarés, as ariranhas e muitos outros e se não der tempo de visitar todos os animais hoje, não se preocupe, voltaremos outro dia!

__ Há não! Quero ver tudo hoje! Sentenciou Serginho batendo os pés, saindo disparado na frente dos pais, correndo de uma jaula para outra, de olhos brilhantes não querendo perder um só detalhe de todos os bichos que conhecia.

__ Pai, mãe, vocês me trazem aqui outras vezes?

__ Claro filho! Responde a mãe. E agora, que tal pararmos um pouco pra comer? Vamos escolher um bom lugar na grama, para fazer um delicioso lanche. Vem filho, vamos ver o que tem de bom nessa cesta de piquenique?

__ Só mais um pouco mãe, quero ver mais!

__ Serginho, temos o dia todo! Filho, os bichos não vão fugir da jaula! Ralhou o pai, puxando o menino pelas mãos a caminho do gramado.

__ KKKKKKKKKKK! Já imaginou se isso acontece, pai?

__ Nem fala isso! Diz o pai fazendo cara de pavor, querendo fazer graça grita na direção do menino:

__ Olha um leão ai atrás de você, filho! Brinca o senhor Aluísio apontando pras costas de Serginho, esse olha pra trás assustado, em seguida rola na grama de tanto rir, contagiando todos em uma gostosa gargalhada, enquanto isso dona Iris forra a toalha para fazer o piquenique, no gramado do parque.

__ Venham todos! Tem bastantes sanduíches de peito de peru, frango com farofa, muitas frutas, broa de milho com geléia e adivinha Serginho, bolo de chocolate para sobremesa. Hum, que gostoso!

Porém, Serginho reclama:

__ Mãe! Aceito broas de milho com geléias e bolo de chocolate, mas depois de conhecer o peru de perto, sanduíches de peito de peru nunca mais!

O senhor Aluísio também concordou. Só de imaginar que aqueles perus que estavam no viveiro a sua frente, amanhã poderiam virar recheios de sanduíches, ficou de estômago revirado.

__ Eca, querida! Essa foi de doer! Eu estou com o Serginho, vou comer apenas pães e frutas e depois podemos tomar um saboroso sorvete de mangaba, que tal?

__ Oba! Gritou o menino, com a boca cheia de broas com geléia. Vamos comer logo, tem uma barraquinha de sorvetes logo ali perto da jaula dos tigres! Informou Serginho, saindo na frente louco para retornar o passeio.

E assim recomeçaram a maratona as jaulas de novo. A cada visita era uma grande surpresa, uma nova descoberta. Quando estávamos quase no fim do dia, o senhor Aluísio surpreendeu uma certa tristeza no olhar de Serginho.

__ O que foi filho? Está cansado?

__ Não pai! Estou bem! Estou adorando o passeio no zoológico, mas não seria melhor se esses animais estivessem livres, vivendo em seus habitat naturais?

__ Filho! Se não fosse esse lugar, como nós íamos conhecer os animais ferozes, como os leões, os tigres, os leopardos, as onças, etc. Aqui no zoológico se reúne um casal de cada espécie de animais e aves existente no mundo inteiro, mas o zoológico não serve apenas para a visitação ao público, eles aqui também cuidam para que os animais que estão em extinção procriem e a espécie não se acabe. Os animais e as aves nas florestas estão expostos aos perigos, são perseguidos por caçadores que os comercializam nos mercados negros e vendem para colecionadores ou simplesmente matam esses bichinhos para retirar sua pele para a fabricação de casacos, sapatos e acessórios.

__ Entendi!  Então o zoológico é importante na preservação dos animais?

__ Isso mesmo, Serginho! Esse parque não é apenas um lugar de exposições de animais, é uma espécie de berçário que cuida de todos os tipos de aves e animais, para que no futuro os seus netos e os filhos desses possam ter também o prazer que nós estamos tendo agora.

__ Então, pai! Eu já sei o que vou ser quando crescer. Vou ser biólogo, para continuar com o trabalho na preservação dos animais!

__ Muito bem, filho! O planeta terra agradece, Deus criou os animais, mas cabe ao homem preservá-los.

Esse foi um dia marcante na vida daquela família. Serginho cansado dormiu o caminho todo de volta para casa, dava gosto ver a felicidade estampada em seu rosto adormecido, durante muito tempo o assunto que se falava lá em casa era sobre o passeio no zoológico. Divertíamos-nos lembrando dos animais, do gorila que batia as mãos no peito todas às vezes que chegava perto da água, da mamãe hipopótamo que cuidava com atenção do seu filhote, pra ele não cair no fosso dos animais adultos, das farras dos macacos pregos, da gafe da mamãe que levou sanduíches de peru pra comer no zoológico. A sala se enchia de risadas, mas uma coisa ninguém pode negar, não tem nada melhor para construir uma família alegre e feliz, que um bom dia de piquenique no parque!



                 Dilma Lourenço Moreira


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