Certo dia a galinha Maricota teve uma ninhada
com seis pintinhos, todos bem amarelinhos.
___ Epa, pera ai, dona Maricota!
Perguntou o galo Gepeto, desconfiado:
___ Por que esse pintinho aqui é vermelho?
___ Maricota, Maricota! Você quer me enganar
dizendo que esse pintinho ai é amarelinho.
___ E não é bem-e! A mamãe vem vindo aí,
pergunta pra ela! Respondeu Maricota, chorosa.
O galo Gepeto nervoso batia com força os pés
no solo. Tinha ele um olhar furioso para a galinha Maricota.
___ Minha sogra! Chegaste a uma boa hora! Tem
alguma coisa errada acontecendo aqui no meu galinheiro. Constatou o galo
Gepeto, vermelho de raiva. Olhe esse pintinho vermelho, não é estranho?
Dona Gina examinou o pintinho vermelho e
voltando o olhar para o galo Gepeto disse ironicamente:
___ Não vejo onde está o espanto? Esse
pintinho é a tua cara!
___ Aonde, dona Gina? Eu não sou vermelho!
Reage Gepeto, indignado.
A mãe de dona Maricota astuta feita uma raposa
pergunta ao galo Gepeto, enquanto aponta para o galo o seu reflexo no bebedouro.
___ Querido genro! Olha a sua cor e olha a cor
desse pitinho vermelho, não é a mesma?
O galo Gepeto respirou fundo arfando bem o
peito com ar, tentando se controlar. Em seguida se dirige a mãe de dona
Maricota, falando bem rente ao seu bico.
___ Minha sogra! Respeito muito a senhora, mas
agora não é hora de fazer piadas! Se estou vermelho é de raiva e de vergonha! A
minha honra está sendo questionada! E faço questão que Maricota me tire essa
dúvida.
A galinha Maricota toda dengosa se aproxima do
galo Gepeto.
___ Meu amor, não é bom ter esse tipo de
conversa na frente das crianças! O vermelhinho, coitado, vai ficar traumatizado.
O galo furioso, pega a galinha por uma das
asas afastando-a da ninhada.
___ Maricota, Maricota! Você tem alguma coisa
a mais pra me dizer? Você não acha que me deve uma explicação?
A galinha Maricota constrangida diante de todo
galinheiro, pergunta para o pai de seus pintinhos.
___ Meu querido, galo Gepeto! Há quanto tempo
você me conhece? Essa não é a primeira ninhada que te dou e por acaso esse
tempo todo que estamos juntos te dei algum motivo que viesse a ferir a tua
honra?
___ Não, Maricota, mas esse filhote vermelho
eu não engulo!
___ Gepeto, eu estou decepcionada com você!
Responde a galinha Maricota, ofendida: Não é porque nós tivemos um filho de cor
diferente dos outros, você se acha no direito de me chamar de adúltera? Isso
quer dizer que você não confia em mim, porque desde o primeiro momento que viu
esse pintinho vermelho em nosso ninho, você não pensou duas vezes pra me acusar.
Porém o galo Gepeto continuou insensível aos
sentimentos da galinha Maricota e insiste:
___ Não vem com esse chororô pra cima de mim,
Maricota. Se você tem uma explicação pra me dar, então fale de uma vez!
___ Explicação não tenho nenhuma! A única
coisa que eu sei é que este filhote nasceu de nossa ninhada, portanto
vermelhinho é nosso filho tanto quanto os outros. Você aceite ou não!
___ Então, e agora como vamos ficar? Perguntou
o galo topetudo.
___Meu querido, galo Gepeto! Você não está
entendendo! Quem tem problemas aqui é você, não eu! Se estou te dizendo que o
vermelhinho é nosso filho, mas você não acredita, porque não tem confiança na
sua companheira de uma vida inteira, então só tenho uma coisa a te dizer: A
porta do galinheiro está aberta, é você que está demais aqui.
O galo Gepeto perdeu o chão, ficou nervoso,
teve uma crise de tosse, perguntando em seguida, indignado:
___ Como é que é, Maricota?
___ É isso mesmo que você ouviu! Eu que não
vou ficar com um companheiro que não confia em mim! Lutei do teu lado esse
tempo todo, criamos nossos filhotes, essa é a terceira ninhada que temos juntos
e mesmo assim você me trata desta forma? Pois então cheguei a uma conclusão:
Caro, galo Gepeto! Quem não merece ter um marido como você, sou eu!
O galo Gepeto abaixa a crista e já ia saindo,
quando uma galinha vermelha bate na porta do galinheiro a procura do seu
filhote fujão. Desse momento em diante a confusão foi desfeita, mas o casamento
do galo Gepeto e da galinha Maricota nunca mais foi o mesmo, pois não há união
onde não se tem confiança.
Dilma
Lourenço Moreira
Olá, D. Dilma; desculpe-me pelo "D". Uso-o, mas acho-o muito ofensivo, principalmente dirigindo-se a quem muito ler e muito escreve. Essas pessoas não envelhecem nunca! Talvez seja essa uma das razôes de existir a ABL, a moradia dos imortais. Minha amiga, achei-a no google, ao digitar o título do meu blog. Convido-a a misitá-lo, acho que vai gostar. Saudções!
ResponderExcluirwww.lerpodeserumprazer.blogspot.com