Na
última eleição um político em busca de votos para se reeleger visitou a casa de
um pobre. Sentou-se no banquinho tosco, tomou água do filtro de barro, beijou
as criancinhas da casa, em meio à conversa diante de tanta precariedade esse
admirado perguntou ao pai de família:
O
homem trabalhador, mãos calejadas, faces cansadas, pitava o seu cigarrinho de
palha, sentado de cócoras no canto do humilde casebre. Esse, pensativo vagueia
com o olhar triste sobre o cômodo miserável e calmo, responde:
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É por puro milagre, Doutor!
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Então, por que o senhor não toma uma atitude?
O
contribuinte examinando o recém-chegado, mais atenciosamente responde:
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Agora mesmo estou tentando! O senhor entrou aqui na minha casa para pedir o meu
voto, ou seja, se dou o meu voto ao senhor estou lhe passando uma procuração
para que defenda os meus direitos, certo?
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Correto! Responde o político com ar superior.
Continuou
o homem entre uma baforada e outra.
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Aqui nessa terra se paga impostos até para se respirar. Como sou bom cidadão
pago corretamente o que é me cobrado, porém o retorno desse gasto passa bem
longe do contribuinte, dizem que o Brasil é rico por ser um dos países que mais
arrecada impostos, mas como o senhor mesmo vê essa riqueza está sendo mal
dividida, a saúde é precária, a marginalidade anda junto com a impunidade, a educação
deixa a desejar, os alimentos custam o olho da cara. Na verdade, os únicos que estão
enriquecendo junto com esse país são os políticos, de modo que alguém está levando
uma parte do bolo maior. Como o senhor vê, eu que não sou, mas apesar da minha
pobreza eu deito a minha cabeça no travesseiro e durmo tranquilamente, porque
eu nunca lesei, nem surrupiei ninguém e o senhor, também consegue dormir tranquilo?
O
político pego de surpresa, muito sem graça diante da pergunta, tossiu, limpou a
garganta, mas não disse nada, calado se levantou do banquinho e nunca mais
voltou na casa do pobre.
Dilma Lourenço
Moreira
boa postagem amiga. dá uma otima reflexão . bjs
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