quinta-feira, 30 de junho de 2011

O arraiá na casa do Zé





O coelho Zé fez uma festa junina em sua casa e convidou toda a bicharada da floresta pra fazer um grande arraiá. Tinha canjica, pé de moleque, arroz doce, pipoca, milho verde, tapioca e muitas outras delícias da culinária junina. Bandeirinhas coloridas e balões completavam o cenário. O macaco Chicão acompanhado com sua dama, a macaca dona Maria Joaquina, foram os primeiros a chegarem com roupas típicas juninas, ela com vestido de chita rodado, tamancos e meias coloridas, ele de botas com esporas e chapéu de couro, esses estavam bastante animados, trouxeram alguns rojões e estralinhos para a criançada. A mesa estava bonita e apetitosa, logo os outros animais começaram a chegar em pares, todos vestidos e animados para a dança da quadrilha. O coelho Zé estava em uma alegria contagiante, já tinha tomado uns bons copos de quentões, enquanto preparava a bebida.

A dona coelha estava preocupada.

__ Vai com calma aí, Zé! Com esse quentão, não fica bem o anfitrião da festa ficar bêbado.

__ Só mais um golinho, mulher, pra ver se está bom mesmo, não posso errar o ponto, o quentão é a alma do arraiá.

Quando a festa começou o coelho Zé estava tão bêbado que na hora de por a música da quadrilha ele pôs uma valsa, a turma toda vaiou o Zé e as crianças o prenderam na cadeia da festa junina, por ter cometido a primeira infração da noite, sobrando pra dona Zira, a coelha, comandar a quadrilha. A festança estava animada, o forró estava quente, fogos de artifícios coloriam o céu. A esta altura, o coelho Zé já tinha sido solto, em seu lugar preso estava o macaco Chicão, comeu tanta canjica que terminou passando mal, vomitando no vestido da macaca dona Joaquina, o Zé, com o tempo que passou preso na cadeia junina, feita justamente para prender quem se excedia, dormiu que roncou, agora estava sóbrio aproveitando o arraiá de montão. A coelha Zira também estava feliz, porque quadrilha sem Zé, não é animada não. A festa atravessou a noite inteira e todos se divertiram e comeram até não quererem mais.

Xi! Falar em comer demais, olha lá o Chicão, não está mais preso não, agora na cadeia está o burro Carlão, ele foi subir no pau de sebo e quando estava quase chegando ao topo, se desequilibrou caindo bem em cima da caixa de som, só assim o arraiá do Zé chegou ao fim.

Se você quiser ir à próxima festa do arraiá do Zé, vai ter que se comportar, senão vai ficar no lugar do burro Carlão, o coitado está lá até agora esperando o próximo arraiá começar.


            Dilma Lourenço Moreira


Um comentário:

  1. Estas fábulas são sempre fantásticas e nos passam grandes lições...
    Abraços

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