O coelho Zé
fez uma festa junina em sua casa e convidou toda a bicharada da floresta pra
fazer um grande arraiá. Tinha canjica, pé de moleque, arroz doce, pipoca, milho
verde, tapioca e muitas outras delícias da culinária junina. Bandeirinhas
coloridas e balões completavam o cenário. O macaco Chicão acompanhado com sua
dama, a macaca dona Maria Joaquina, foram os primeiros a chegarem com roupas
típicas juninas, ela com vestido de chita rodado, tamancos e meias coloridas,
ele de botas com esporas e chapéu de couro, esses estavam bastante animados,
trouxeram alguns rojões e estralinhos para a criançada. A mesa estava bonita e
apetitosa, logo os outros animais começaram a chegar em pares, todos vestidos e
animados para a dança da quadrilha. O coelho Zé estava em uma alegria
contagiante, já tinha tomado uns bons copos de quentões, enquanto preparava a
bebida.
A dona coelha
estava preocupada.
__ Vai com
calma aí, Zé! Com esse quentão, não fica bem o anfitrião da festa ficar bêbado.
__ Só mais um
golinho, mulher, pra ver se está bom mesmo, não posso errar o ponto, o quentão
é a alma do arraiá.
Quando a
festa começou o coelho Zé estava tão bêbado que na hora de por a música da
quadrilha ele pôs uma valsa, a turma toda vaiou o Zé e as crianças o prenderam
na cadeia da festa junina, por ter cometido a primeira infração da noite,
sobrando pra dona Zira, a coelha, comandar a quadrilha. A festança estava
animada, o forró estava quente, fogos de artifícios coloriam o céu. A esta
altura, o coelho Zé já tinha sido solto, em seu lugar preso estava o macaco
Chicão, comeu tanta canjica que terminou passando mal, vomitando no vestido da
macaca dona Joaquina, o Zé, com o tempo que passou preso na cadeia junina,
feita justamente para prender quem se excedia, dormiu que roncou, agora estava
sóbrio aproveitando o arraiá de montão. A coelha Zira também estava feliz,
porque quadrilha sem Zé, não é animada não. A festa atravessou a noite inteira
e todos se divertiram e comeram até não quererem mais.
Xi! Falar em
comer demais, olha lá o Chicão, não está mais preso não, agora na cadeia está o
burro Carlão, ele foi subir no pau de sebo e quando estava quase chegando ao
topo, se desequilibrou caindo bem em cima da caixa de som, só assim o arraiá do
Zé chegou ao fim.
Se você
quiser ir à próxima festa do arraiá do Zé, vai ter que se comportar, senão vai
ficar no lugar do burro Carlão, o coitado está lá até agora esperando o próximo
arraiá começar.
Dilma Lourenço Moreira
Estas fábulas são sempre fantásticas e nos passam grandes lições...
ResponderExcluirAbraços