Toni é um menino muito complicado, estava
sempre arrumando confusão. Onde tinha uma briga, podia contar que Toni estava
no centro da bagunça.
Quando alguém reclamava do seu comportamento,
logo Toni dizia.
Um dos defeitos de Toni era nunca admitir os
seus erros, sempre a culpa era do amiguinho, jamais dele!
Na escola, muitas vezes a professora mandava-o
para a sala da diretoria por mal comportamento, permanecendo lá de castigo até
que o responsável por ele fosse buscá-lo.
E lá ia sua mãe dona Sara buscar Toni e
escutar pela milésima vez da diretora, que o seu filho não sabia se comportar
em sala de aula, que não tinha educação, que só criava problemas, gritava a
diretora inconformada dizendo que era tudo culpa dos pais, que não sabiam como
educar seus filhos e continuava a diretora indignada:
__ Alguém precisa colocar um freio neste
garoto! Falava a diretora para a mãe de Toni, que não sabia onde por a cara de
tanta vergonha.
Dona Sara, a mãe de Toni sofria com toda
aquela situação, não entendia porque Toni se comportava daquela maneira, tem
tudo o que quer e até um pouquinho a mais, tem uma mãe compreensiva e até um
pai brincalhão, quando aconteciam esses incidentes na escola os pais de Toni se
reuniam com ele depois do jantar para discutir o assunto e ter com o filho uma
longa conversa.
Toni chorava, fazia cara de vítima dizendo que
a culpa foi do coleguinha que estava sempre provocando ele e continuava Toni
com suas mentiras.
__ Pai, a professora está de marcação comigo!
Não deixa nem eu explicar já me manda direto para a sala da diretoria, ela não
sabe fazer outra coisa, por nada manda a gente para a diretoria! Diz Toni
soluçando de tanto chorar.
O pai de Toni pergunta para o filho,
preocupado.
__ Filho, o que te falta? Por que você age
desta forma?
__ De que forma, pai? Eu me comporto bem!
A mãe de Toni, dona Sara, diz olhando nos
olhos do filho:
__ Toni, se você se comportasse bem, a tua
professora não te mandaria para a diretoria.
O pai de Toni torna a interrogar o filho.
__ Filho, você tem algum problema com a sua
professora?
__ Todos, pai, ela é uma chata! Eu estou
quieto na minha cadeira, ela me manda para a lousa, se eu falo que não sei
fazer os exercícios me leva direto para a diretoria, não deixa nem eu explicar
alegando que se eu não sei resolver os exercícios é porque estava conversando
na hora que ela estava explicando a matéria e tudo não passa de uma baita
mentira dela.
O pai permanece pensativo com olhos fixo no
filho, logo em seguida decide.
__ Toni, amanhã mesmo vou falar com a tua
professora, quero tirar isso a limpo!
__ Tudo bem pai, ela está precisando mesmo de
uma lição!
__ Mas até lá Toni, você está de castigo!
Decide dona Sara. Nada de TV, nem vídeo-game!
__ Há, está vendo pai, ela não acredita em mim!
__ Filho, você precisa admitir seus erros! Diz
a mãe carinhosamente passando a mão nos cabelos do filho. Errar todo mundo
erra, mas quando a pessoa não quer reconhecer os seus erros, por orgulho ou até
mesmo por ignorância, esse, continua errando e o pior, cometendo os mesmo
erros, se tornando um ciclo vicioso deixando até mesmo de aprender com seus
erros!
Toni olha para o pai, intrigado.
__ Pai, eu não entendo, é preciso errar para
aprender?
__ Não necessariamente filho, às vezes nós
aprendemos, observando as pessoas se dando mal por terem cometidos erros em
suas vidas, por exemplo: Se um amiguinho seu faltar com o respeito com a
professora ele vai se dar mal, porque vai para a diretoria, certo?
__ Certo, pai!
__ E se você imitar a falta de respeito deste
coleguinha vai acontecer o mesmo com você, porque todo ato tem suas
conseqüências, você entendeu, filho? Esse menino não é um bom exemplo, temos
que imitar aqueles garotos que são comportados, porque esses sim são bons
exemplos!
__ Entendi pai, os meninos que não vão para a
diretoria são os bons exemplos e os meninos como eu, que estão sempre na
diretoria são considerados os maus exemplos!
__ Isso mesmo filho, devemos seguir sempre os
bons exemplos!
No dia seguinte, Toni vai para a escola e se
senta ao lado do menino mais comportado da sala de aula.
A professora pede que Toni volte para o seu
lugar.
__ Não professora, o meu pai disse que era
para eu seguir os bons exemplos e o Luiz Cláudio é um bom exemplo, tudo que ele
fizer eu vou fazer também!
A professora não compreendeu nada, mas
permitiu que Toni ficasse sentado onde estava.
Luiz Cláudio era chamado o CDF da classe, era
ótimo em todas as matérias e nunca ia para a diretoria por mal comportamento.
Nisso se passou um mês, dois meses com Toni
ali firme em sua decisão, continuava imitando Luis Cláudio. A professora estava
muito contente com o comportamento de Toni e era todo elogio para ele, as notas
do boletim também melhoraram, os pais de Toni estavam felizes com o novo
comportamento do filho. Até a diretora estava estranhando de não ver mais Toni
em sua sala. A vida de Toni também mudou, não tinha mais castigos, a professora
estava sempre sorrindo para ele e seus pais não mais se envergonhavam do seu
comportamento.
Terminando o ano letivo, Toni era considerado
uns dos melhores alunos da classe.
Na festa de final de ano a professora foi
cumprimentar e parabenizar os pais de Toni, que estavam presentes. Felizes
aplaudiam o filho recebendo o certificado de melhor aluno do ano.
__ Dona Sara, senhor Roberto, os senhores
estão de parabéns! O Toni está com ótimo comportamento, suas notas foram as
melhores e gostaria que os senhores revelassem a todos os pais aqui presentes o
segredo de toda essa mudança!
Foi Toni quem respondeu todo orgulhoso.
__ Estou apenas seguindo os conselhos do meu
pai, para uma pessoa se dar bem na vida basta seguir os bons exemplos!
Dilma
Lourenço Moreira
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