Azul era chamado assim porque era ele um
sapinho muito revoltado com a sua aparência. Ficava azul de raiva todas as
vezes que olhava seu reflexo nas águas do lago.
Não se conformava, pensava o sapinho azul
sentido ódio dele mesmo.
Azul achava mesmo que Deus tinha sido injusto
com ele, fez os pássaros cada um mais lindo que o outro, dando-lhe até asas
para poder voar.
Criou onças, leões, tigres, leopardos e muitos
outros animais, lhes concedendo a beleza.
Enquanto eu, o sapo, Deus só me deu feiúra,
olhos esbugalhados, a boca enorme e um quilometro de língua e ainda tenho que
andar aos pulinhos, que ridículo que eu sou! Chorava o sapinho azul na beira do
lago.
Dona sapa e o senhor sapo já não sabiam o que
fazer para convencer o filho, que Deus criou cada ser com uma beleza peculiar e
se Deus criou os seres desta forma era para que cada ser tivesse a sua
serventia no mundo.
Mas o sapinho azul cada dia que passava ficava
cada vez mais revoltado com o seu reflexo nas águas do lago e dizia chorando
olhando seus reflexos com desprezo.
___ Se foi Deus que criou todos os seres por
que ele tinha que me fazer tão feio assim? Lamentava-se o sapinho azul na beira
do lago, quando se aproximou um jacaré. O Jacaré era enorme e estava com muita
fome e de um bote só engoliu o sapinho azul. O sapinho azul ficou desesperado
dentro do corpo do jacaré guloso. O sapo lutava, pulando para sair da barriga
do jacaré.
___ Me larga, me larga! Mamãe, socorro!
O jacaré enjoado com o sapinho azul pulando e
socando em seu estômago, cospe o sapo azul para fora.
___ Eca, que nojo! Reclama o jacaré, sentindo
uma forte dor no estômago. Nunca mais como sapo!
O sapinho azul, entre feliz e surpreso corre
para os braços de mamãe sapa.
E deste dia em diante nunca mais reclamou
porque Deus o tinha criado assim.
Dilma Lourenço
Moreira
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