Titi era um gatinho insatisfeito, ele não se
sentia bem naquela família, naquela casa. Seus pais eram pobres, a casa, Titi
achava pequena e feia. Ele achava que merecia uma família melhor, uma casa
melhor.
___ Titi meu
filho, que arrogância é esta? Olha seus irmãos, são felizes com o que tem! Por
que você é assim? O que você quer mais da vida? O que lhe falta Titi para você
ser feliz? Perguntava dona gata, preocupada.
___ Tudo
mamãe! Olha essa casa, no meio do mato! E a senhora e o papai são mesmo os meus
pais? Eu acho que sou adotado, porque eu não me pareço com nenhum de vocês e os
meus irmãos parecem uns idiotas, ficam felizes por tão pouco!
___ Titi, não
fale assim dos seus irmãos! E você, queira ou não queira, você é o nosso filho
querido!
___ Eu não
aceito, olha prá mim mãe, não tenho nada de vocês, tenho porte, sou altivo,
inteligente, não vou passar a minha vida inteira confinado neste barraco que
vocês chamam de lar, a comida é sempre a mesma coisa, pão com leite ou para
variar, leite com pão. Eu não estou suportando essa vida, amanhã mesmo vou
embora desta casa, em busca de uma vida melhor!
No dia
seguinte bem cedinho, mal o sol tinha nascido, Titi pega a estrada com a
trouxinha nas costas.
Mamãe gata da
janela de sua humilde casa acena para o filho ingrato, mesmo com o coração de
mãe sangrando não impediu que ele fosse embora, era preciso deixar que o filho
partisse para que ele descobrisse por ele mesmo que tudo tem uma razão na vida.
Mamãe gata na
altura de sua experiência sabe que o filho vai voltar. Chorosa, tem o coração
no peito, ferido. Olha para o céu e roga.
___ Meu Deus,
protege o meu filho! Não permita que a vida o maltrate. Sei que só temos nessa
vida apenas o que merecemos, portanto cada um mora na casa que merece, tem
roupas e brinquedos que merecem e até a família que merece, pena que Titi não
descobriu isso ainda!
Dona gata
passou um longo tempo na janela, com a esperança de ver seu filho de volta.
Até que certo
dia, lá no fundo da estrada dona Gata avista um pontinho.
Com o coração
aos pulos, abre a portinhola da casa saindo para o quintal, reconhece ser o
filho que vem se aproximando. Chega de mancinho abraçando a mãe com carinho, os
dois tem lágrimas nos olhos.
___ Peço que
me desculpe mãezinha, por fazer você sofrer! Posso ficar aqui com a senhora, o
papai e os meus irmãos?
___ Por que,
meu filho. Não encontrou família melhor que a sua? Não encontrou lá fora, amor,
carinho que você sempre teve aqui?
___ Não
mamãe, quase morri de saudades do papai e da senhora! Muitas pessoas encontrei,
gente boas e ruins também, não pensei que fosse tão perigoso viver neste mundo,
achei que vida boa era ter riqueza e luxo, porém mamãe, descobri nessas minhas
andanças que o bom mesmo é ter proteção de pai e de mãe.
Perdão, mamãe
querida, por eu ter sido tão ingrato.
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